Cavalgada de 1780 km promoverá o bem-estar animal
A partir do dia 9 de
maio, quatro cavaleiros iniciam uma jornada de 51 dias na cavalgada “Do Sertão
ao Mar Pelos Caminhos da Estrada Real”, que percorrerá 1780 quilômetros de três
Estados brasileiros: MG, SP e RJ. Em
todo percurso, a atenção estará voltada ao bem-estar dos nove cavalos que
compõem a expedição, com ações pontuais sendo aplicadas e mensuradas durante
todo trajeto.
Teste com bolas de pilates, lançadas na direção do cavalo para medir reações (Marcelo Mastrobuono) |
A paixão pela cavalgada somada a um caminho
histórico, repleto de belezas naturais exuberantes, uniu quatro cavaleiros
experientes: José Henrique Castejon, Paulo Junqueira Arantes, Sergio Lima Beck
e Frederico Castejon Simioni em uma aventura prevista para durar 51 dias, na
Cavalgada denominada: “Do Sertão ao Mar, Pelos Caminhos da Estrada Real”. O
quarteto parte para a aventura no dia 9 de maio saindo de Diamantina/MG com
dois grandes objetivos principais:
ressaltar a importância do bem-estar animal e incentivar a valorização
do patrimônio histórico-cultural dos quatro caminhos da Estrada Real, por
intermédio do turismo equestre. Os cavaleiros passarão por cenários históricos
em 60 cidades, dentre elas, começando por Ipoema, Catas Altas, Mariana, Ouro
Preto (Caminho dos Diamantes), em seguida Congonhas do Campo, Tiradentes, São
João Del-Rey, Cruzlia, Caxambu, Cunha, Paraty (Caminho Velho), Petrópolis, Juiz
de Fora, Barbacena, Lavras Novas (Caminho Novo), Sabará e finalmente chegada em
Cocais (Caminho Sabarabuçu).
De
acordo com Frederico Simioni, um dos quatro cavaleiros e, também, responsável
pela avaliação do bem-estar animal nos nove cavalos que participam da jornada,
os animais quando bem tratados são mais fáceis de serem manejados e cavalgados.
“Uma das formas de fortalecimento do vínculo entre cavalo e cavaleiro é a
adoção das boas práticas de bem-estar animal, desta forma, aumentamos a
frequência de interações positivas com os animais, tornando-os mais confiantes na
presença do cavaleiro”, ressaltou Frederico, que é Zootecnista e contribui com
trabalhos científicos ligados ao tema Bem-Estar Animal em parceria com
universidades, como a FCAV-UNESP de Jaboticabal.
Sete
profissionais renomados e experientes da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias da Unesp de Jaboticabal, avaliarão o bem-estar animal desta
cavalgada, sob dois aspectos fundamentais: comportamental e fisiológico. São
eles Professor Dr. Mateus J.R. Paranhos da Costa e M.V. Pedro Henrique EstevesTrindade
e Paula Moreira da Silva (Testes Comportamentais), Professor Dr. José Corrêa de
Lacerda Neto, Msc. Nara Bernardi, Msc. Vinícius Canello e Msc. Karina
Calciolari (Testes de esforço). Juntamente aos quatro cavaleiros, eles atuarão
com objetivo de avaliar, de forma prática e eficiente, os procedimentos que
foram definidos para esta cavalgada, com objetivo de assegur o bem-estar dos cavalos,
mesmo após um dia de cavalgada intensa.
Com finalidade de preparar fisicamente os animais para a longa viagem,
durante 105 antes do início da cavalgada, os 9 cavalos realizaram intenso
treinamento, seguindo Plano de Condicionamento elaborado pelo médico veterinário
Paulo Fasano. Exames clínicos e fisiológicos, foram realizados em 14 de abril
para avaliar as condições dos cavalos, explica Simioni.
Bem-Estar Animal antes, durante e após a
cavalgada
O
conceito de bem-estar animal foi definido pelo Prof. Donald Broom em 1986 como o estado de um
indivíduo em relação as suas tentativas de se ajustar ao ambiente. De acordo
com o Prof. Mateus Paranhos da Costa, este conceito pode ser aplicado a todos
os animais, inclusive aos cavalos, considerando o estado dos animais durante os
desafios enfrentados na cavalgada. As ações que serão realizadas para avaliar o
bem-estar equino serão compostas por três fases: 1) exames clínicos gerais dos
animais; 2) testes comportamentais e 3) Testes de esforço físico. Os exames clínicos gerais dos animais e os
testes ocorrerão antes e após a cavalgada e os testes de esforço físico, apenas
antes da cavalgada. O objetivo destes testes é avaliar o bem-estar dos equinos,
utilizando como indicadores parâmetros fisiológicos e comportamentais.
O
exame clínico dos animais será realizado por um médico veterinário. Antes do
início da cavalgada, os equinos serão submetidos a dois testes comportamentais:
de aproximação e de reatividade ao medo. Nos testes de esforço físico, os
cavalos são submetidos a avaliações em trilhas com percursos totalizando 40 km,
sendo realizado mensurações como, por exemplo, frequência cardíaca e
respiratória, coleta de sangue venoso dentre outros. Na etapa durante a
cavalgada, serão realizadas duas avaliações: pesagem dos animais, a ser aferida
uma vez por semana, e diário de bordo para avaliação diária de esforço físico,
na qual o cavaleiro preencherá uma planilha que mensura sete variáveis, entre
elas distância percorrida, topografia do solo e esforço físico.
“Quando
o esforço físico for considerado leve, o esforço físico do dia seguinte poderá
ser de moderado a intenso. Já quando for moderado ou intenso é indicado que no
dia seguinte seja leve. Entretanto, quando for muito intenso indica-se que o
animal tenha um dia de descanso”, explana Frederico Simioni. O professor Pedro
Trindade que informa a vantagem dos testes comportamentais já serem validados previamente
por outros grupos de pesquisa e serem muito utilizados no meio científico, além
de serem simples e de fácil aplicação, tornando possível realiza-los em
condições de campo, explica o professor. “Vamos comparar os testes que serão realizados
antes e depois da cavalgada, para avaliar as mudanças e efeitos causados pela
viagem no comportamento dos animais”, ele reforça. Já o professor Lacerda Neto
enfatiza que “pelas variáveis fisiológicas analisadas pelo teste de esforço
físico, pode-se avaliar qual o grau de condicionamento físico dos cavalos, e se
estão aptos fisicamente para realizar a cavalgada”.
Frederico
finaliza que é importante ressaltar que a cavalgada “Do Serão ao Mar Pelos
Caminhos da Estrada Real” tem um caráter inovador ao estudar e avaliar o
bem-estar animal pois, nas longas cavalgadas realizadas no Brasil, os
cavaleiros geralmente dirigem a atenção para as condições físicas dos animais.
Entretanto, segundo ele elucida, a questão do bem-estar animal é muito mais
complexa do que seu condicionamento físico, por exemplo, envolvendo as reações
de medo, a interação humano-animal e o reconhecimento de limites (físicos e
psicológicos), dentre outros.
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Luciene
Gazeta – Jornalista/ Relações Públicas
Matriz
da Comunicação Assessoria de Imprensa
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Teste com obstáculos para avaliar o comportamento dos animais (Marcelo Mastrobuono) |
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